Mesmo com o Ibovespa atingindo recordes de fechamento, 2024 passou longe de ser o melhor ano para o investimento em ações brasileiras. O índice de referência da Bolsa local caminha para fechar o ano longe dos 134.185 pontos que tinha no início de janeiro. Mas quem focou em construir uma carteira voltada para o pagamento de dividendos pode terminar dezembro com motivos para comemorar.
Algumas empresas entregaram proventos robustos e ajudaram os investidores a manter o portfólio no azul. "O retorno combinado de algumas ações foi excelente", diz Daniel Nogueira, coordenador de distribuição da InvestSmart, que classifica 2024 como um bom ano para o investimento em dividendos.
Enquanto o Ibovespa acumula queda de 9,68% até o fechamento desta quinta-feira (19), o IDIV, que acompanha as principais pagadoras de dividendos da Bolsa, recua 1,1%.
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"Agora, na reta final do ano, a renda fixa oferece taxas atrativas, mas diversas ações seguem competitivas, como a da Petrobras (PETR3, PETR4), que apresentou dividend yield (retorno com dividendos, DY) superior a 20%", lembra Nogueira.
De fato, a petroleira foi (novamente) o grande destaque do ano na distribuição de lucros. A companhia lidera o ranking de volume total pago aos acionistas de 1º de janeiro até a última terça-feira (17), com R$ 84,42 bilhões entregues a investidores.
Veja o Top 10 completo:
Apesar de projetar um retorno com dividendos menor, Max Bohm, diretor de estratégia da Nomos, diz que ainda vale a pena investir na Petrobras para receber dividendos em 2025, ano que, segundo ele, deve ser ainda melhor para a estratégia de renda passiva. "As empresas melhoraram seus balanços, estão mais rentáveis nos últimos trimestres e podem distribuir mais dividendos, além de estarem muito baratas agora", justifica.
Retorno com dividendos (DY)
Ajustando o montante distribuído ao valor das ações da companhia, o ranking muda e traz uma incorporadora na liderança: a Syn (SYNE3), que está concluindo o processo de diminuição do capital social após avaliá-lo como excessivo.
Confira o ranking das ações com maiores retornos com dividendos em 2024:
Movimentos como o da Syn podem animar os investidores, mas Wendell Finotti, CEO e fundador da Meu Dividendo, recomenda "não se ater apenas ao DY atual" e lembra que é fundamental analisar o histórico da companhia e avaliar se continuará gerando lucros no futuro para seguir com a distribuição de proventos.
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Nogueira ainda pondera que o "DY é uma métrica interessante para medir a relação entre o valor investido e os dividendos recebidos", mas é preciso analisar o histórico, já que uma empresa que mantém os dividendos no mesmo nível, mas sofre uma queda brusca nas ações vê melhora nesse indicador, por exemplo.
SIte da InfoMoney