A partir desta terça-feira (16/1), o Brasil ganha a chance de revisitar a trajetória de um dos grandes nomes da música nacional, com o documentário Luiz Melodia – No Coração do Brasil.
A partir desta terça-feira (16/1), o Brasil ganha a chance de revisitar a trajetória de um dos grandes nomes da música nacional, com o documentário Luiz Melodia – No Coração do Brasil. Dirigido por Alessandra Dorgan, o filme chega às telonas carregado de sensibilidade, contando a história do cantor e compositor carioca em primeira pessoa.
A ideia surgiu logo após a morte de Melodia, em 2017, durante conversas com Patricia Palumbo, roteirista do documentário e amiga de longa data do cantor. “Patrícia falou: 'Pô, eu queria fazer um tributo, uma homenagem, alguma coisa que realmente fizesse jus à carreira do Luiz e que pudesse transformar um conteúdo audiovisual'”, detalhou Alessandra Dorgan em entrevista ao Metrópoles.
Entre os muitos desafios que enfrentaram para viabilizar o projeto, a dupla de cineastas precisou empreender esforço para localizar e digitalizar arquivos pessoais. “Melodia nunca tinha manifestado o desejo de ser retratado, digamos, em uma biografia. Tanto que essa é uma grande batalha: localizar todos esses arquivos. O que a Jane [viúva de Melodia] tinha eram muitas fitas VHS. Ela foi guardando tudo”, contou Alessandra.
3 imagensDivulgaçãoDiferente de outra cinebio, Todas as Melodias, lançada em 2020 sobre o artista, No Coração do Brasil aposta no próprio Luiz Melodia como narrador de sua história.
“O primeiro filme que fizeram logo depois da morte dele conta obviamente a trajetória dele, mas é a partir do depoimento de outras pessoas sobre Luiz Melodia. E a gente queria muito que o próprio Luiz contasse a sua história. Então foi um recorte, um olhar, uma escuta totalmente diferente”, destacou Patricia.
Completamente baseado em arquivos e com uma essência profundamente musical, o filme busca celebrar a alma livre e poética do artista.
“A gente tinha esse desafio autoimposto de vamos fazer um filme 100% de arquivo, um filme do Luiz contando a sua própria história em primeira pessoa. De fazer um filme extremamente musical. E tudo isso custa muito dinheiro”, salienta, lembrando que o longa demorou sete anos para sair do papel.
As escolhas e dedicação de Alessandra e Patrícia agregaram uma dose a mais de emoção ao ao longa, que presenteia o público com momentos como o que Melodia relembra sua relação com Gal Costa. Ainda desconhecido, mas já extremamente talentoso, ele foi apresentado à cantora enquanto ela fazia o show Fa-Tal em um teatro de Copacabana.
Impressionada ao ouvir Pérola Negra, Gal incorporou a canção ao espetáculo e ao disco que estava gravando. Mais tarde, pediu que Melodia compusesse uma música especialmente para ela, resultando na icônica Presente Cotidiano.
Além de ser uma homenagem ao artista, as cineastas responsáveis pelo documentário afirmam que o trabalho se conecta a uma cena cultural brasileira que luta por reconhecimento e renovação.
“Eu acho que a gente tem um advento importante, que é esse filme Eu Ainda Estou Aqui, que está tendo uma grande projeção internacional e fazendo o brasileiro voltar para a sala de cinema. Depois de muitos anos de um cinema asfixiado, retalhado e marginalizado, silenciado como o Luiz Melodia foi”, observou Patricia.
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