Uma operação da Polícia Civil e do Ministério Público de São Paulo desmantelou o chamado “setor das reivindicações” que funciona dentro do Primeiro Comando da Capital (PCC), juntamente com uma ONG que supostamente reivindicava direitos carcerários e teria a função de organizar protestos e falsas denúncias sobre torturas supostamente sofridas por detentos membros da facção.
Uma operação da Polícia Civil e do Ministério Público de São Paulo desmantelou o chamado “setor das reivindicações” que funciona dentro do Primeiro Comando da Capital (PCC), juntamente com uma ONG que supostamente reivindicava direitos carcerários e teria a função de organizar protestos e falsas denúncias sobre torturas supostamente sofridas por detentos membros da facção.
A organização, inclusive, era toda custeada pela facção criminosa, sem quaisquer sustento atráves de recursos públicos ou privados.
Além dos serviços de reivindicação, a ONG Pacto Social & Carcerário S.P, localizada em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, também realizava o intermédio com o “setor dos gravatas” para atendimentos médicos como procedimentos estéticos, clareamentos dentários, etc.
Luciene Neves e Geraldo Salles são presidente e vice-presidente de ONG suspeita de ter ligação com o PCC Reprodução
Geraldo Salles é vice-presidente de ONG suspeita de ter envolvimento com o PCC Reprodução
Geraldo Salles é vice-presidente de ONG suspeita de ter envolvimento com o PCC Reprodução
Geraldo Salles é vice-presidente de ONG suspeita de ter envolvimento com o PCC Reprodução
Geraldo Salles é vice-presidente de ONG suspeita de ter envolvimento com o PCC Reprodução
Luciene Neves e Geraldo Salles são presidente e vice-presidente de ONG suspeita de ter ligação com o PCC Reprodução
ONG Pacto Social & Carcerário é suspeita de envolvimento com o PCC Reprodução
Em coletiva realizada nesta terça (14) o promotor Lincoln Gakiya, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) detalhou sobre o funcionamento do esquema. Saiba mais abaixo:
Segundo as investigações, em 2021, uma visitante tentou entrar na penitenciária de Presidente Venceslau – considerada de segurança máxima – no interior paulista, com drogas e cartões de memória.
O conteúdo dos cartões foi analisado e nele constavam informações sobre setores da facção, como a sintonia dos “gravatas", que é um corpo formado por advogados que segundo Gakiya “se desvirtuaram” da profissão, virando uma espécie de “pombo-correio” da facção, além do setor de saúde, que, conforme a investigação, funciona como um "plano de saúde" e atende membros de alto escalão, todos elencados pela Sintonia Final, ou que foram presos em missão a serviço da facção, como atentados, tráfico de drogas, etc.
A partir de então, em 2022, foram apreendidos uma remessa de manuscritos com nomes de dentistas e outros profissionais, procurados pelos advogados que fazem parte dos “gravatas”, e posteriormente atenderam os presos.
O setor de saúde funciona desde 2016, tempos antes da Operação Ethos, também deflagrada pelo MP, que mirou a tal sintonia dos gravatas, investigando 39 advogados e mais 14 líderes do PCC, incluindo Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, líder máximo da organização.
Na investigação, inclusive, havia pedidos em nome do próprio Marcola para aplicação de botox, nome popular da toxina botulínica, que é uma substância utilizada para redução de rugas e linhas de expressão.
Além dos atendimentos em penitenciárias estaduais, o MP ainda afirmou que atendimentos também ocorreram em presídios federais, e que presos de alta hierarquia, como Paulinho Neblina, Andinho, Gegê do Mangue (morto em 2018) e Biroska, também usufruíram das regalias, por meio de subterfúgios que eram alegados à Justiça pelos “gravatas” como pretextos para a execução dos procedimentos, mascarando a finalidade estética.
Paulinho Neblina, aparece em investigação sobre o setor de saúde dentro do PCC Reprodução
Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, morto em 2018 Reprodução
Wanderson Nilton de Paula Lima, o Andinho: foi expulso da facção após cometer calúnia e traição contra Marcola; ele e Vida Loka ordenaram matar o líder máximo do PCC por má condução dos "negócios do Comando" Reprodução
Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, líder máximo do Primeiro Comando da Capital (PCC) Reprodução
Edilson Borges Nogueira, o Biroska: foi morto durante banho de sol, em dezembro de 2017, acusado de "caluniar" Marcola, ao dizer acreditar que a ex-mulher do líder da facção, morta em 2002, era informante do Departamento Estadual de Investigações Criminais, o Deic Reprodução
A polícia ouviu os profissionais envolvidos, mas descartou qualquer participação deles no esquema, pois fora constatado que os mesmos apenas fizeram o serviço, sem saber de qualquer operação ilícita. Entretanto, os valores recebidos pelos profissionais eram acima do mercado.
Ainda no âmbito da operação deflagrada nesta terça-feira (14), a Polícia descobriu que o PCC, através da ONG investigada, orquestrava manifestações que deveriam ocorrer em todo país, além de forjar que presos sofressem torturas dentro dos presídios.
Segundo os investigadores, o presídio de Presidente Venceslau, que abriga membros do PCC, teve, inclusive, uma troca na diretoria, após as falsas alegações.
Na casa de duas pessoas presas em Presidente Prudente nesta manhã, inclusive, foram encontradas faixas de manifestações.
O promotor do Gaeco, Lincoln Gayika, ainda detalhou que durante as investigações, um manuscrito sugerindo, através de códigos genéricos, a morte de agentes públicos, no caso diretores de presídios e policias penais, também foi encontrado e apreendido na P1 de Presidente Venceslau.
Ao todo, 12 pessoas foram presas, entre elas está Luciene Neves, presidente da ONG, e Geraldo Salles, vice-presidente, além de um casal que atuou na logística das manifestações – cuidando da parte de aluguéis de banheiros químicos, ônibus de transporte e até ambulâncias – bem como três advogados que fazem parte da sintonia dos gravatas e do setor de saúde.
Além das pessoas, armas e rádios comunicadores também foram apreendidos.
A CNN tentou contato com representantes da ONG, que teve suas atividades suspensas pela Justiça, por meio de diversos números de telefone, mas não obteve retorno. O espaço segue aberto.
Pelas redes sociais, a entidade ainda não se manifestou sobre a operação.
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