Bad Bunny lançou o álbum Debí Tirar Más Fotos em 5 de janeiro e a novidade se tornou um verdadeiro sucesso – gerando uma trend nas redes sociais com milhões de reproduções. Com 17 faixas, o disco inteiro do cantor marcou presença na Billboard Hot 100, um dos mais renomados rankings musicais do mundo.
O novo álbum de Bad Bunny atingiu marcas incríveis muito por conta da forma que foi construído. O artista é de Porto Rico e focou no impacto que a música e a cultura exercem no país.
Para Debí Tirar Más Fotos, Bad Bunny contou com a colaboração de um historiador renomado para construir a narrativa do álbum, o que tornou a conexão das músicas com os fãs portoriquenhos ainda maior.
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Ao Metrópoles, o ceo-fundador da página Reggaeton Brasil, Demerval Neves, também conhecido como Arpe, detalhou o trabalho do cantor.
“O álbum traz várias mensagens importantes, principalmente sobre a política de Porto Rico, mas a mais marcante é algo um pouco mais simples, que é saber desfrutar dos momentos com a família e os amigos. Trata-se de se reconectar com nossas raízes e origens, sem nunca esquecer quem somos e de onde viemos”, analisou.
Sonoridade especial
“Bad Bunny é um acontecimento. Ele conseguiu transformar a forma como o reggaeton é feito e também a percepção sobre essa cultura.”
Demerval Neves
O disco de Bad Bunny traz uma grande diversidade musical, consolidando o que o cantor vinha apresentando em trabalhos anteriores. As sonoridades latinas costumam ser apontadas como similares, mas existem músicas embaladas pela plena, pela bomba, pelo reggaeton, pelo dancehall jamaicano, pela salsa e também existem influências do dembow dominicano e do neoperreo.
Para João Paulo da Silva, DJ e Produtor Cultural, ser diferente é o que impulsiona o sucesso do cantor.
“Ele deixa claro que artistas latinos não precisam se render ou imitar ao pop em inglês ou abanadonar suas raízes culturais para conseguir ter sucesso. É uma reafirmação poderosa de identidade e autenticidade”, afirmou.
Para quem não sabe, o artista colaborou em músicas de Drake e The Weekend, além de ser um dos nomes mais cobiçados em grandes festivais e shows pelos Estados Unidos, Europa e América Latina.
João Paulo acredita que a posição de Bad Bunny está consolidada. “Ele é um artista mundial. A América Latina é a base dos fãs dele, mas ele foi o artista mais ouvido globalmente por três anos consecutivos, incluindo em países que não falam espanhol.”
A música DtMF, principal faixa do álbum, liderou o ranking global do Spotify logo após o lançamento, em 5 de janeiro. A canção registrou 11,5 milhões de reproduções em apenas 24 horas, de acordo com os dados da plataforma musical.
Bad Bunny e a música latina no Brasil
Apesar do sucesso mundial e do amor recebido na América Latina, Bad Bunny ainda enfrenta dificuldades de acessar a cultura brasileira. Segundo Arpe, da página Reggaeton Brasil, isso se deve ao desconhecimento do ritmo no Brasil.
“A aceitação do Reggaeton no Brasil é uma construção de anos. O sucesso de vários artistas hoje aqui se deve às pequenas lutas de outros artistas que vieram antes. Artistas que enfrentaram vários tipos de barreiras e preconceitos, principalmente culturais, para que hoje outros artistas pudessem colher”, relembrou.
Ele trouxe, ainda, mais detalhes sobre o cenário. “No Brasil, há uma tendência de associar o estilo musical das músicas diretamente aos artistas que as interpretam. O sucesso de Despacito e, mais recentemente, Envolver, da Anitta, parece ter despertado o público para uma realidade que sempre esteve presente”, explicou.
O lançamento de Debí Tirar Más Fotos veio embalado por este novo cenário relacionado ao reggaeton no Brasil e o álbum de Bad Bunny performou bem. Segundo o Spotify, no Brasil, o disco chegou na 14ª posição dos mais ouvidos na semana de 16 de janeiro, subindo 169 posições desde o dia do lançamento oficial.
Para João Paulo, tal feito do novo álbum de Bad Bunny é importante e pode consolidar uma mudança, tendo em vista que o Top 50 do Brasil no Spotify é praticamente dominado por músicas em português, com artistas locais.
“O Brasil já consome música latina, mas o diferencial é que gostamos de dar o nosso ‘jeitinho’. E isso cria um barreira inicial com artistas como Bad Bunny, mas vejo que o cenário está mudando”, iniciou.
O DJ acredita que o sucesso é questão de tempo. Bad Bunny, inclusive, anunciou que em breve fará uma turnê global, com passagem pelo Brasil.
‘Karol G, Kali Uchis, J Balvin e agora o próprio Bad Bunny vêm ganhando espaço no Brasil. É questão de tempo para vermos mais presença desses artistas por aqui, mesmo que o reggaeton não domine o país inteiro”, concluiu.
Metrópoles