O dólar à vista subia ante a moeda brasileira nesta quinta-feira, com os investidores reagindo à decisão do Copom na véspera de elevar a taxa Selic em 1 ponto percentual, com alguns ponderando se a falta de orientação para além de março poderia significar um patamar não tão alto no pico do ciclo de aperto.
O dólar à vista subia ante a moeda brasileira nesta quinta-feira, com os investidores reagindo à decisão do Copom na véspera de elevar a taxa Selic em 1 ponto percentual, com alguns ponderando se a falta de orientação para além de março poderia significar um patamar não tão alto no pico do ciclo de aperto.
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Às 10h40, dólar à vista operava com alta de 0,75%, cotado a R$ 5,909 na compra e R$ 5,910 na venda. Na B3 o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,86%, a 5.906 pontos.
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Copom eleva os juros em 1 ponto, para 13,25%, e reforça nova alta igual em março
Na quarta-feira, o dólar à vista fechou em leve baixa de 0,02%, aos 5,8682 reais — a menor cotação desde 26 de novembro do ano passado, quando encerrou em 5,8096 reais.
O Banco Central fará nesta sessão um leilão de até 15.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 5 de março de 2025.
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O Banco Central decidiu na quarta-feira seguir o ritmo de aperto já previsto ao elevar a taxa básica de juros para 13,25% ao ano e manteve a orientação de mais uma alta equivalente em março, deixando os passos seguintes em aberto.
Em comunicado, o Copom afirmou que, para além de março, a magnitude do ciclo de aperto será ditada “pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta” e dependerá de fatores como a evolução dos preços, projeções, expectativas de mercado, nível de ocupação da economia e do balanço de riscos para a inflação.
Na visão de alguns analistas, a falta de um “guidance” para além de março, junto de outros elementos considerados não tão duros no comunicado, sinalizou que o patamar da Selic ao fim do ciclo de aperto poderia ficar abaixo do que agentes do mercado têm projetado atualmente.
“A mensagem do Copom, na margem, sugere que a Selic terminal pode não ser tão alta quanto os mercados haviam precificado. O tom do comunicado foi duro, mas não o suficiente para deixar claro que a nova gestão será tão ‘hawkish’ quanto a anterior”, disse Eduardo Moutinho, analista de mercados do Ebury Bank.
“Um tom menos crítico com o cenário fiscal e a falta de orientação futura abrem espaço para interpretações sobre o compromisso da gestão”, completou.
A decisão de quarta-feira foi a primeira com o BC sob o comando do presidente Gabriel Galípolo, agora com sete dos nove membros do Copom indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Essa percepção também era observada na curva de juros, onde as taxas futuras para contratos de curto prazo chegavam a recuar acima de 10 pontos-base nesta sessão, refletindo um cenário de juros mais baixos à frente do que o esperado anteriormente.
A visão, no entanto, não era unânime entre analistas. Alguns apontaram para a decisão do Federal Reserve na véspera de manter a taxa de juros inalterada, o que, apesar de esperado, ajudava a atrair mais recursos para os Estados Unidos devido aos rendimentos altos da dívida norte-americana.
Além do banco central dos EUA interromper os cortes de juros, o chair Jerome Powell indicou que agora “não precisamos ter pressa para ajustar nossa postura de política monetária” e que a política de juros está “bem posicionada” para os desafios atuais.
A perspectiva sobre o novo governo de Donald Trump, cujas medidas prometidas são consideradas inflacionárias por muitos economistas, auxiliava a sustentar o cenário de juros altos por mais tempo no Fed.
“O Fed interrompeu um ciclo que a gente esperava que fosse mais acentuado nesse ano. Isso aumenta o prêmio real dos EUA que, com a inflação mais controlada, torna-se um país mais atrativo para investimentos estrangeiros”, afirmou Matheus Massote, especialista em câmbio da One Investimentos.
Um outro analista ouvido pela Reuters apontou ainda que espera que a sessão seja bastante volátil, uma vez que os mercados analisarão uma série de dados econômicos ao longo do dia, o que pode até mudar completamente a direção da divisa norte-americana no Brasil.
(Com Reuters)
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