O Festival de Berlim recebeu a estreia mundial de A Natureza das Coisas Invisíveis, primeiro longa-metragem da diretora brasiliense Rafaela Camelo, na última sexta-feira (13/2).
O Festival de Berlim recebeu a estreia mundial de A Natureza das Coisas Invisíveis, primeiro longa-metragem da diretora brasiliense Rafaela Camelo, na última sexta-feira (13/2). A obra acompanha a amizade entre duas meninas de 10 anos que se conhecem durante as férias em um local inusitado: um hospital.
“Meu desejo foi realizar um filme que mostrasse conflitos e dilemas da infância de forma leve, mas com a devida seriedade”, explica Rafaela ao Metrópoles.
Na trama, a protagonista, Glória (Laura Brandão), é levada ao hospital pela mãe enfermeira (Larissa Mauro) e ali conhece Sofia (Serena), que teme que sua bisavó esteja piorando devido à internação. Apesar das diferenças, as duas constroem uma amizade que as ajuda a enfrentar desafios e perdas. Enquanto isso, Glória lida com a sensação de carregar emoções que parecem não ser inteiramente suas, um efeito colateral de um transplante de coração que fez quando menor.
“Eu comecei a trabalhar nesse filme ali por volta de 2018, 2019. Nessa época, conheci uma pessoa que havia feito um transplante de coração. Foi um encontro muito significativo, e dali surgiu a ideia de explorar essa experiência. Pensei no hospital como um lugar inusitado para um coming-of-age (uma história sobre amadurecimento) de duas crianças”, explica a diretora.
Segundo Rafaela, o uso da imaginação é central no filme, principalmente por se tratar da visão de crianças.”O realismo fantástico aqui não é um sonho ou algo que foge à realidade, mas sim uma forma de dar significado às experiências dessas meninas. Elas usam a imaginação para lidar com temas difíceis”, afirma.
4 imagensA Natureza das Coisas Invisíveis
DivulgaçãoA Natureza das Coisas Invisiveis
DivulgaçãoA Natureza das Coisas Invisíveis
DivulgaçãoFestival de Berlim
DivulgaçãoA jornada do longa foi moldada por diversas etapas de desenvolvimento e colaboração internacional. “Participamos de laboratórios no Brasil e no exterior, como o BrLab e o First Cut Lab. Essas experiências foram fundamentais para encontrar parceiros e também para meu crescimento como roteirista e diretora”, conta Rafaela.
Ao falar sobre o que o público pode esperar do filme, Camelo destaca que a produção trata de perdas e despedidas sem um tom excessivamente melancólico.
“Costumo dizer que não é um filme ‘bad vibe'”, brinca. “O que espero é que ele estimule o público a pensar sobre a finitude e sobre as relações que construímos ao longo da vida. Se as pessoas saírem refletindo sobre isso, acho que o filme cumpriu seu papel”, completou.
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