A justiça argentina emitiu uma ordem na noite de ontem, terça-feira (09/04) para bloquear os bens e abrir o sigilo bancário do ex-presidente Alberto Fernández, que está sendo investigado por suspeitas de desvio de dinheiro de fundos públicos. A determinação, emanada do juiz federal Julián Ercolini, visa examinar todas as transações financeiras do ex-presidente, no âmbito do chamado "escândalo dos seguros" argentinos.
O caso envolve Fernández e outras 32 pessoas, relacionadas a possíveis irregularidades na contratação de seguros para servidores públicos, resultando em desvio de recursos públicos do estado argentino. O ex-presidente argentino, aliado de Lula (PT), tornou-se objeto de investigação devido a um decreto emitido em 2021, que exigia que o governo firmasse contratos com a empresa Nación Seguros, ligada ao cônjuge da secretária particular de Fernández, María Cantero.
Em resposta às acusações, Fernández negou veementemente qualquer envolvimento ilícito: "Não roubei nada e não participei nem autorizei qualquer esquema", afirmou em uma entrevista a uma rádio local, acrescentando que está disposto a cooperar com as autoridades para provar sua inocência. Ele enfatizou que considera importante que a investigação ocorra para esclarecer os fatos.
O mandato de Fernández, que foi de 2019 a 2023, foi marcado por tensões políticas, especialmente com sua antecessora, Cristina Kirchner, com quem teve divergências públicas sobre o curso político do país. Ao final de seu mandato, Fernández reconheceu os desafios econômicos enfrentados por seu governo, em meio a uma taxa de pobreza que atingiu 49,5% em dezembro de 2023.
Revista Exílio - Terça Livre