Após a repercussão as denúncias de assédio sexual contra o ex-ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida, o Grupo Editorial Record optou pela suspensão da publicação de duas obras do ex-ministro, contratadas no início deste ano.
Em nota enviada à CNN, a editora informou que os livros eram uma versão revista da obra Racismo Estrutural, além de um trabalho inédito de Almeida. Ambos seriam publicados em 2025.
"Dadas as graves acusações contra o autor, o Grupo Editorial Record decidiu aguardar o processo e a defesa de Almeida para tomar uma decisão definitiva quanto aos livros", diz o comunicado.
A CNN procurou o ex-ministro Silvio Almeida, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para novas manifestações.
Relembre o caso
No dia 5 de setembro, a organização Me Too Brasil confirmou que recebeu denúncias de assédio sexual contra o então ministro dos Direitos Humanos. A informação foi repercutida pelo portal de notícias Metrópoles, que apontou a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, como uma das vítimas.
Segundo apuração da CNN, pelo menos quatro casos de assédio sexual foram levados ao Me Too. Outras dez denúncias de assédio moral também teriam sido feitas contra Almeida, que afirmou à época se tratar de tentativa de prejudicá-lo e apagar a sua luta pelos direitos humanos.
Na manhã do dia seguinte, a Polícia Federal anunciou que iria investigar as denúncias, e abriu inquérito no mesmo dia. Ao longo do dia 6 de setembro, repercussões ecoaram no ambiente político federal e, após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reunir primeiro com a ministra Anielle e depois com Almeida, a decisão final foi a de demitir o ministro.
A determinação, divulgada às 19h daquele dia, foi acompanhada da saída de Rita Cristina de Oliveira, secretária executiva e "número 2" do ministério.
Silvio Almeida é o 6° ministro que deixa governo Lula em menos de 2 anos
CNN Brasil