"A essa altura do campeonato, ou o governador por conta da elástica movimentação do prefeito Edvaldo Nogueira está por trás do lançamento de Danielle Garcia. Ou..."
E foi nesse clima que Mitidieri iniciou o governo, um governo forte, coeso e praticamente sem oposição. Mas eis que o prefeito Edvaldo Nogueira, que poderia esperar um pouco mais, se antecipou em apresentar ao governador uma salgada fatura, e sem se importar, se a antecipação de uma pré-campanha criaria embaraços para o governador. Lançou o nome do técnico Luiz Roberto e exigiu do governador uma antecipada e automática declaração de apoio e compromisso.
Como Nogueira puxou o barco, sem que o lançamento do nome de Luiz tivesse sido fruto de um entendimento coletivo, os demais líderes também o se sentiram no direito de adotarem o mesmo comportamento, e o governador que embarcou graciosamente no barco de Edvaldo, ficou anestesiado e sem moral para impedir qualquer outro lançamento.
A partir de então, começou o esfacelamento do agrupamento, os partidos se manifestaram publicamente e seguindo os passos do PDT, surgiram os nomes de Yandra Moura, Zezinho Sobral, Katarina Feitoza, Danielle Garcia e Fabiano Oliveira, ou seja, até mesmo o PSD partido do governador se sentiu no direito de passando por cima do compromisso individual dele, também lançar uma pré-candidatura.
Vai não vai, o papo geral era pela busca da unidade. Mas com o passar do tempo, a ausência de um gesto concreto sobre esse suposto desejo, permitiu que o PDT e o União Brasil seguissem na prospecção de suas pré-campanhas. Enquanto Luiz Roberto buscou impulsionar a sua pré-candidatura se fazendo presente nos atos oficiais do Governo de Sergipe e da Prefeitura de Aracaju, especialmente na entrega ou fiscalização de obras e serviços urbanos. A deputada federal Yandra Moura, pré-candidata do União Brasil, estabeleceu movimentação intensa junto à população através de uma agenda positiva, que rapidamente a colocou em primeiro lugar entre os pré-candidatos do agrupamento do governador.
Por outro lado, os demais pretendentes ficaram engessados pela total falta de definição de como se daria o desfecho dessa situação. Nesse cenário Zezinho Sobral acabou sobrando, a Katarina ficou inviabilizada por conta do apoio velado do governador ao pré-candidato do PDT. E Danielle e Fabiano por um bom período foram sempre citados como bons vices.
Hoje, o quadro que se vislumbra não é positivo para o governador, a pré-candidatura do União Brasil ganhou as ruas e criou musculatura no seio da população, a pré-candidatura do PDT que tem o apoio declarado do prefeito e do governador, parece que tem chumbo nos pés, e o senador Alessandro Vieira que tem se mostrado um hábil estrategista, se fez de morto para comer o angu do coveiro.
Alessandro que constrói projeto personalista, se aproximou da base governista de forma discreta e comportada, parecendo um frade, mas no momento em que o pleito se aproxima, ele se articulou dentro da base e de forma sutil cooptou a delegada Danielle Garcia, a deputada federal Katarina Feitoza e o vice-governador Zezinho Sobral, para junto ao senador Laércio Oliveira montarem um projeto político que conta ainda com o vereador por Aracaju Fabiano Oliveira. Ou seja, esse é o grupo hoje liderado indiretamente por Alessandro Vieira.
E a pergunta é:
O que sobrou para Mitidieri liderar?
A essa altura do campeonato, ou o governador por conta da elástica movimentação do prefeito Edvaldo Nogueira está por trás do lançamento de Danielle Garcia. Ou Mitidieri estará com a liderança em xeque, e acabará como um líder sem liderados.
© 2024 2024 - EmSergipe - Todos os direitos reservados
WhatsApp: 79 99864-4575 - e-mail: [email protected]