A ditadura na Venezuela consuma amanhã, com a posse de Nicolás Maduro, o roubo desavergonhado das últimas eleições.
É um frontal atentado aos princípios básicos de liberdades e direitos civis, que o governo brasileiro, até agora, não teve a coragem de chamar pelo nome que merece: ditadura.
Hoje, a principal figura da oposição, María Corina Machado, foi detida e posteriormente liberada após participar de um protesto em Caracas, que teve baixa adesão.
A ditadura se mantém no poder por meio de uma forte repressão e do apoio de países como Rússia, China e Irã, para os quais a Venezuela é um bem-vindo peão no xadrez geopolítico mundial.
Como maior potência desta parte do hemisfério, o Brasil foi reduzido por Maduro à condição de impotência. Essa tarefa foi facilitada pelo próprio presidente Lula, que tolerou humilhações e desfeitas por parte de um tirano que o presidente brasileiro e seu partido sempre defenderam.
Pior ainda: Maduro ajudou a desmoralizar a postura de um governo que fez da data de 8 de janeiro — os dois anos do quebra-quebra e vandalismo bolsonarista na Esplanada — um dia para lembrar os valores da democracia.
O primeiro desses valores é sua universalidade. Contudo, um dirigente político que simbolicamente abraça a democracia aqui, mas não é capaz de chamar a Venezuela de ditadura, está relativizando o conceito.
Não é preciso ser de esquerda ou de direita para condenar o regime venezuelano. Vários governos de esquerda já o fizeram. O que é necessário é ter princípios.
CNN Brasil