Economia Crise na Venezuela

Festival musical e protestos: posse de Maduro opõe duas Venezuelas

Duas Venezuelas se opõem hoje, data da posse de Nicolás Maduro como presidente do país para mais um mandato de seis anos.

Por Em Sergipe

10/01/2025 às 11:45:32 - Atualizado há

Duas Venezuelas se opõem hoje, data da posse de Nicolás Maduro como presidente do país para mais um mandato de seis anos. De um lado, o regime tenta legitimar o ato, após uma controversa eleição em 2024, contestada interna e externamente. Do outro, uma oposição capitaneada pelo ex-candidato Edmundo González Urrutia e pela líder María Corina Machado, que tem feito protestos frequentes e que chegou a ser detida ontem pelas forças de segurança, sendo solta logo depois.

Maduro não parece preocupado com qualquer tipo de contestação: gravou uma mensagem em vídeo distribuída em redes sociais como o Instagram na qual comemora a chegada do "dia histórico" e “honrado por estar acompanhado pelo povo na rua, cumprindo a Constituição".

Após a posse, marcada para o início da tarde, está agendada uma marcha de apoiadores pelas maiores avenidas de Caracas, que vai terminar num encontro em frente à Assembleia Nacional, onde será realizado um concerto popular batizado de “Viva Venezuela Fest”, a partir das 17h.

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O governo garante que ao menos 100 delegações internacionais são esperadas na cerimônia solene nesta sexta-feira em apoio ao presidente Maduro. Mas não estarão presentes antigos ou atuais aliados, como o brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, o colombiano Gustavo Petro  ou o nicaraguense Daniel Ortega.

Do lado da oposição, o ex-candidato González Urrutia prometeu que retornará à Venezuela para prestar juramento, depois de ter sido obrigado a fugir do país alegando perseguição e ameaças pelo regime de Maduro. Ele chegou a fazer uma turnê nos últimos dias que o levou à Argentina, Estados Unidos, Panamá e República Dominicana para obter apoio.

Corina chamou a população contrária à posse de Maduro às ruas ontem. “Chegou a hora (…) Todos nós sabemos que isso acabou”. “Deixe o medo ter medo de nós”, disse pouco antes de ser detida. Mais tradem escreveu na rede X que seu coração "está com o venezuelano que foi baleado quando as forças repressivas do regime me detiveram".

Urrutia também foi às redes ontem: “Como presidente eleito, exijo a libertação imediata de María Corina Machado. Às forças de segurança que a sequestraram, eu digo: não brinquem com fogo”, escreveu em sua conta X.

Por via das dúvidas, Freddy Bernal, governador do estado de Táchira, anunciou que as fronteiras com a Colômbia ficarão fechadas até segunda-feira (13).”Temos a informação de uma conspiração internacional para perturbar a paz dos venezuelanos (…) Vamos ordenar, por instruções do presidente Nicolás Maduro, o fechamento da fronteira com a Colômbia das 5h de hoje até as 5h de segunda-feira”, anunciou.

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