Na última terça-feira (14) foi lançado pelo Ministério da Educação o programa “Mais Professores”, cujo objetivo é incentivar que mais pessoas ingressem em cursos de licenciatura. A iniciativa necessitou de investimento de R$ 1,7 bilhão nos anos de 2025 e 2026.
(Foto: Jeane de Oliveira/FDR)
Como já havia sido anunciado por membros da equipe do Ministério da Educação (MEC) no ano passado, o governo federal criou um programa voltado aos estudantes de cursos de licenciatura. O “Mais Professores” tem como objetivo aumentar o número de professores no país.
Para isso, o governo criou uma série de incentivos financeiros para: que o estudante recém formado no Ensino Médio escolha um curso de licenciatura; que o professor recém formado escolha atuar em áreas com maior déficit de docentes; a qualificação do profissional.
São bolsas anuais e mensais, além do curso de qualificação online que ficará disponível para que o docente melhore a sua capacidade. Hoje, quanto mais cursos especializados o profissional possuí, maior é o seu salário final porque ele consegue atender novas demandas.
Outra iniciativa anunciada, mas que dessa vez não tem haver com pagamento de auxílio, foi a criação de um concurso específico para professores em todo país. A ideia é que a seleção nacional ajude os municípios e estados a contratarem profissionais em início de carreira.
Valor da bolsa liberada pelo Mais Professores
As bolsas pagas pelo Mais Professores servirão como um incentivo para que o estudante não desista do término do curso. Quanto mais pessoas desistem de se formarem na área de educação, menor é a disponibilidade de um profissional capacitado.
"Apenas 3% dos estudantes de 15 anos querem ser professores. É muito baixo esse percentual. E há o desafio da permanência do jovem que entra na universidade. Metade desiste quando entra em curso de licenciatura. Nas áreas de exatas, a evasão chega a 70%, como no caso de Física. Apenas um terço dos formados em licenciatura tornam-se professores. E 63% dos municípios não realizaram um concurso público nos últimos cinco anos no Brasil", relatou Camilo Santana, ministro da Educação.
Assim como o Pé-de-Meia do jovem de baixa renda foi criado para garantir estabilidade financeira, o Mais Professores tem o mesmo intuito e por isso vai pagar:
Pé-de-Meia Licenciaturas
- R$ 1.050 por mês durante todo o período do curso de licenciatura;
- R$ 700 que poderão ser sacados de forma imediata, após a aprovação no programa;
- R$ 350 em forma de poupança que só poderá ser sacada depois que o estudante estiver formado e ingressar em uma rede pública de ensino em até cinco anos após terminar o curso.
Ao todo, pelos quatro anos de curso é possível receber R$ 48,3 mil em incentivos.
Bolsa Mais Professores
- R$ 2.100 mensais pelo período de dois anos para quem escolher trabalhar na rede pública de áreas onde há défict de professor.
Quem pode participar do programa Mais Professores?
Para receber os valores citados, os brasileiros precisarão se enquadrar em algumas das regras criadas pelo governo federal. Os critérios já valem para quem foi aprovado nos cursos de licenciatura a partir desse ano.
Ou seja, quem já cursa licenciatura não vai ser beneficiado no Pé-de-Meia. Mas, poderá usufruir dos outros benefícios.
Pé-de-Meia Licenciaturas
- Necessário ter obtido nota de 650 ou mais na sua participação no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio);
- Quem se matricular em cursos presenciais de licenciatura a partir de 2025;
- Quem ingressou por meio dos programas federais, como: SISU, PROUNI ou FIES.
Outros benefícios liberados no Mais Professores
Além dos incentivos financeiros liberados pelo Ministério da Educação, também foram criadas parceiras com a iniciativa pública e privada a fim de liberar outros benefícios, como:
- Formação: site criado para oferecer cursos de formação inicial e continuada, além de pós-graduação;
- Valorização: Banco do Brasil e Caixa Econômica oferecerão cartão de crédito sem anuidade para quem é professor;
- Lazer: o Ministério do Turismo vai oferecer desconto de 10% em diárias de hotéis;
- Investimento: serão distribuídos 100 mil notebooks por ano para profissionais premiados;
- Seleção unificada nacional: vai ser criada a Prova Nacional Docente (PND) realizada uma vez por ano pelo INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira). Os estados e municípios poderão utilizar o resultado do PND para seleção de novos professores.
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