Economia Bitcoin

Reserva de Bitcoin pode ser grande catalisador, diz Duong, do research da Coinbase

David Duong, head global de research da Coinbase, disse nesta quinta-feira (16), durante o Onde Investir 2025, que a discussão sobre criar reservas em Bitcoin (BTC) nos Estados Unidos e em outros países será um dos grandes catalisadores do mercado de ativos digitais deste ano.

Por Em Sergipe

16/01/2025 às 21:29:47 - Atualizado há


David Duong, head global de research da Coinbase, disse nesta quinta-feira (16), durante o Onde Investir 2025, que a discussão sobre criar reservas em Bitcoin (BTC) nos Estados Unidos e em outros países será um dos grandes catalisadores do mercado de ativos digitais deste ano.

"Muitos lugares estão agora discutindo o potencial de uma reserva estratégica de Bitcoin ou, pelo menos, a possibilidade de incluir o Bitcoin em algum lugar de suas reservas. Então, acho que isso vai ser uma mudança significativa no cenário internacional e pode ser um grande catalisador para este ano", disse.

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Durante a campanha eleitoral de 2024, o presidente eleito Donald Trump ventilou a possibilidade. O republicano sinalizou que o projeto deve ser semelhante à reserva de petróleo do país, mas não deu detalhes. Estados como Texas e Pensilvânia também debatem o tema.

O assunto já foi tratado em nações como Brasil, Chile, Alemanha e Rússia. “O único desafio é que não sabemos necessariamente como será o cronograma para isso”, disse Duong.

No Brasil, um deputado federal apresentou no ano passado um projeto de lei para criar uma reserva soberana de BTC. A sugestão, que está na Comissão de Desenvolvimento Econômico da Câmara dos Deputados, não agradou professores brasileiros de economia. O fato de a cripto ser extremamente volátil, disseram, poderia inviabilizar a função desse tipo investimento de propriedade do governo, que é estar disponível para uso em situações de necessidade.


Bitcoin em empresas

No mundo corporativo, empresas como a MicroStrategy, de Michael Saylor, também vêm adicionando a criptomoeda como ativo de reserva de valor no patrimônio. O head de research entende que esse tipo de estratégia é vista como uma tendência por parte do mercado. No entanto, falou, é preciso também ser realista sobre o que esse passo significa, especialmente para pequenos negócios, pois existem questões relacionadas à segurança e outras preocupações.

"Então, veremos que, à medida que as regulamentações mudarem, talvez mais companhias comecem a considerar essa possibilidade".

Baseada nos Estados Unidos, a MicroStrategy compra Bitcoin desde 2020. Hoje, segundo dados da Comissão de Valores Mobiliários do país (SEC, na sigla em inglês), a companhia tem cerca de 450 mil unidades de Bitcoin, o que equivale a US$ 43 bilhões em cripto. É, portanto, a maior detentora corporativa da criptomoeda do mundo.

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Alguns players levantam preocupações sobre a forma como essas aquisições foram realizadas, utilizando operações alavancadas, o que poderia gerar problemas e respingar no mercado, assim como ocorreu com outros players cripto, como Terra Luna e FTX.

Duong acredita, no entanto, que não há indicação de que a estratégia represente um risco sistêmico para o mercado de Bitcoin. Porém, falou, é “algo que não devemos ignorar completamente” e vale acompanhar de perto, disse.

Outras companhias também analisaram ou avaliam a possibilidade de investir em BTC. A Microsoft chegou a discutir essa possibilidade no final do ano passado, mas os acionistas da gigante da tecnologia rejeitaram a proposta. Um dos principais argumentos citados foi a alta volatilidade do Bitcoin. Acionistas da Amazon propuseram alocação de 5% do caixa da big tech em BTC também. A sugestão ainda está sendo analisado.



O papel dos ETFs

A adoção de BTC por investidores, sejam do varejo ou institucionais, vem sendo impulsionada pelos ETFs (fundos negociados em bolsa) de cripto, produtos regulados que facilitam que se encaixam em estratégias de investimento mais amplas, lembrou Duong. Os fundos à vista de BTC dos EUA, por exemplo, acumularam US$ 106,8 bilhões em ativos líquidos totais, segundo dados da plataforma SoSoValue.

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"De qualquer ângulo, esses ETFs foram instrumentos extremamente bem-sucedidos. A Bloomberg destacou que, nos últimos 30 anos, eles estão no topo de 0,1% dos ETFs lançados. Antes disso, tínhamos os ETFs de ouro como o maior comparativo, que arrecadaram cerca de US$ 5 bilhões no primeiro ano em valores ajustados para 2024", disse.

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