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O Jornalismo Ideal e a Ternura Perdida: Uma Reflexão Crítica

"...O que antes era uma voz crítica, agora pode ser uma mera repetição de discursos que servem a um único lado..."

Por Em Sergipe

08/11/2024 às 21:31:56 - Atualizado há

A frase de Guimarães Rosa, "Se todo animal inspira ternura, o que houve, então, com os homens?", ressoa profundamente nas atuais práticas do jornalismo, especialmente quando se observa a forma como certos profissionais se comportam em meio a disputas políticas e eleitorais. O dilema que se apresenta é o da dualidade do jornalismo ideal, que busca a verdade e a justiça, e a realidade muitas vezes cruel e manipuladora em que ele se insere.


Primeiro Bate: O Jornalismo Crítico


Em um contexto como o da OAB/SE, onde a eleição para a presidência se aproxima, o papel do jornalista é fundamental. O texto analisado traz à tona críticas contundentes sobre a gestão de Daniel Costa, destacando a utilização de tecnologias modernas para a coleta de votos em um pleito onde ele próprio concorre. É um claro exemplo de um jornalismo que não teme expor as contradições e os problemas dentro da própria instituição. Ao questionar a lógica da votação virtual sob a liderança de Costa, o autor se posiciona como um defensor da transparência e da justiça, características essenciais do jornalismo ideal.


Sobre o Quinto Constitucional, que permite a inclusão de advogados nos tribunais, é um elemento crucial no equilíbrio entre a advocacia e o Judiciário. No contexto das eleições da OAB/SE, a gestão de Daniel Costa, que concorre à reeleição, propõe que a lista sêxtupla para a escolha de um novo desembargador seja definida pelos Conselheiros Seccionais. Embora essa proposta possa parecer uma forma de garantir representatividade, na prática, exclui a participação de muitos advogados, levantando questões sobre a transparência do processo. E já passou o prazo para o lançamento do edital. A pergunta que não quer calar é: quando sairá o edital para lista do Quinto? Perguntar não ofende.


No entanto, essa crítica também revela uma faceta mais sombria do jornalismo: a tentação de se tornar um porta-voz de interesses pessoais ou políticos. O autor menciona que, apesar das falhas e das manobras políticas, a cobertura midiática pode acabar se tornando uma extensão da propaganda eleitoral, distorcendo a verdade em nome de uma narrativa conveniente.


O Amor e a Ternura Perdida


A saga de Anderson Christian e seu amor por Daniel Costa ilustra essa transformação. O jornalista, que antes era um crítico feroz e incisivo, agora é retratado como alguém que se deixou seduzir por uma paixão arrebatadora, quase como uma traição à sua missão original de informar e criticar. Essa mudança de postura pode ser vista como uma perda de ternura, não no sentido de carinho, mas na perda da capacidade de criticar e de se manter fiel aos princípios do jornalismo.


A metáfora do amor bandido sugere que, assim como em um relacionamento tóxico, a sedução por interesses pessoais pode ofuscar o compromisso com a verdade. O jornalista que antes batia com palavras quocientes, agora parece estar navegando em um mar de incertezas, onde os valores éticos são frequentemente colocados em segundo plano.


O Paradoxo do Jornalismo


Assim, o paradoxo do jornalismo se revela: a busca pela verdade e pela justiça pode ser facilmente corrompida por paixões pessoais e interesses políticos. O que antes era uma voz crítica, agora pode ser uma mera repetição de discursos que servem a um único lado. Essa transformação não é apenas uma questão de ética, mas uma reflexão sobre a própria natureza do jornalismo em tempos de polarização e de disputas acirradas.


A reflexão sobre o jornalismo ideal e a ternura perdida nos leva a questionar: até que ponto estamos dispostos a sacrificar nossos princípios por interesses pessoais ou pela sedução de uma narrativa que nos agrada? A história de Anderson Christian e Daniel Costa serve como um lembrete de que, em meio ao caos das eleições e das disputas de poder, a verdadeira essência do jornalismo deve sempre prevalecer. O desafio é encontrar o equilíbrio entre a crítica necessária e a empatia, sem perder de vista a responsabilidade de informar com honestidade e integridade.



Basta comparar:


Uma morde - https://andersonsblog.com.br/e-a-atual-oab-se-mudar-a-forma-de-votacao-quando-ha-reeleicao-e-a-mesma-oab-se-resgatar-da-ditadura-militar-o-tal-colegio-eleitoral-pra-formar-a-lista-sextupla-do-quinto-constitucio/


A outra assopra e daí em diante só carinhos, vai entender - https://andersonsblog.com.br/diante-do-modus-operandi-posto-em-pratica-na-eleicao-da-oab-se-coincidentemente-sempre-contra-daniel-costa-a-pergunta-e-querem-fazer-da-ordem-um-puxadin/

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