Economia Alemanha

Chanceler alemão defende telefonema para Putin antes de eleições antecipadas

O chanceler alemão, Olaf Scholz, disse que sua conversa com Vladimir Putin na sexta-feira não indicou nenhuma mudança no pensamento do presidente russo sobre a guerra na Ucrânia, mas defendeu sua decisão, muito criticada, de telefonar ao Kremlin.

Por Em Sergipe

17/11/2024 às 12:55:45 - Atualizado há

O chanceler alemão, Olaf Scholz, disse que sua conversa com Vladimir Putin na sexta-feira não indicou nenhuma mudança no pensamento do presidente russo sobre a guerra na Ucrânia, mas defendeu sua decisão, muito criticada, de telefonar ao Kremlin.

A ligação de uma hora entre Scholz e Putin, a primeira comunicação direta entre eles em quase dois anos, ocorre três meses antes das eleições antecipadas na Alemanha, nas quais o impopular chanceler enfrenta um grande desafio dos populistas de esquerda e direita que exigem a retomada da diplomacia.

Críticos, incluindo o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, disseram que a conversa foi uma quebra da solidariedade ocidental em prol de vantagens políticas internas.

“Foi importante dizer a ele (Putin) que ele não pode contar com o apoio da Alemanha, da Europa e de muitos outros países do mundo”, afirmou Scholz a repórteres.

“A conversa foi muito detalhada, mas contribuiu para o reconhecimento de que pouco mudou na visão do presidente russo sobre a guerra — e isso não é boa notícia.”

O telefonema ocorre em meio a sinais de crescente contato entre líderes alinhados ao Ocidente e o Kremlin, mesmo enquanto a Rússia faz pequenos, mas constantes avanços no campo de batalha no leste da Ucrânia.

Donald Trump, agora reeleito para a Presidência dos Estados Unidos, disse que pode dar um fim rápido à guerra e nomeou para seu gabinete algumas figuras de segurança vistas como mais favoráveis a Moscou do que seus predecessores.

Isso tem implicações para a Europa, afirmou Scholz.

“Na minha opinião, não seria uma boa ideia se houvesse conversas entre os presidentes dos EUA e da Rússia e o líder de um importante país europeu não estivesse fazendo o mesmo”, disse.

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