O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) encerrou a cúpula do G20 no Rio de Janeiro (RJ), nesta terça-feira (19), com a mensagem de que o grupo pode e precisa fazer mais.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) encerrou a cúpula do G20 no Rio de Janeiro (RJ), nesta terça-feira (19), com a mensagem de que o grupo pode e precisa fazer mais. A cúpula reuniu representantes do 21 membros do grupo, no Museu de Arte Moderna (MAM), na capital fluminense.
“Trabalhamos com afinco, mesmo cientes de que apenas arranhamos a superfície dos profundos desafios que o mundo tem a enfrentar”, afirmou o presidente brasileiro.
Lula destacou que a África do Sul, que assumirá a presidência rotativa do G20 depois do Brasil, será o último dos 19 países-membros a assumir a direção do grupo de nações.
“Será um momento propício para avaliar o papel que desempenhamos até agora e como devemos atuar daqui em diante. Temos a responsabilidade de fazer melhor”, disse Lula.
Em seu discurso, Lula citou o líder da luta contra o apartheid na África do Sul, Nelson Mandela, e disse que é fácil demolir e que heróis são os que constroem. “Vamos seguir construindo um mundo justo e um planeta sustentável”, prometeu.
Lula também destacou as conquistas do G20 neste ano, como o lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, a colocação da mudança do clima na agenda dos ministérios das Finanças e bancos centrais e a criação de uma coalizão para produção local e regional de vacinas.
“Deixamos a lição de que, quanto maior for a interação entre as trilhas de sherpas [negociações políticas] e de finanças, maiores e mais significativos são os resultados dos nossos trabalhos”, afirmou o presidente.
Leia, na íntegra, o discurso de Lula no encerramento da Cúpula do G20:
“O Brasil completa hoje a penúltima etapa de uma sequência de quatro anos em que a liderança do G20 coube a países em desenvolvimento.
Indonésia, Índia, Brasil e, agora, África do Sul trazem à mesa perspectivas que interessam à vasta maioria da população mundial.
Partindo de Bali, passando por Nova Délhi e chegando ao Rio de Janeiro, buscamos promover medidas com impacto concreto sobre a vida das pessoas.
Lançamos uma Aliança Global contra a Fome e a Pobreza e iniciamos um debate inédito sobre a taxação de super-ricos.
Colocamos a mudança do clima na agenda dos Ministérios de Finanças e Bancos Centrais e aprovamos o primeiro documento multilateral sobre bioeconomia.
Fizemos um Chamado à Ação por reformas que tornem a governança global mais efetiva e representativa e dialogamos com a sociedade por meio do G20 Social.
Lançamos um roteiro para tornar os bancos multilaterais de desenvolvimento melhores, maiores e mais eficazes e demos voz aos países africanos na discussão sobre o endividamento.
Instalamos o Grupo de Trabalho sobre Empoderamento das Mulheres e propusemos um décimo oitavo Objetivo de Desenvolvimento Sustentável para promover a igualdade racial.
Definimos princípios-chave sobre comércio e desenvolvimento sustentável e adotamos o compromisso de triplicar a capacidade global de energias renováveis até 2030.
Criamos uma Coalizão para a Produção Local e Regional de Vacinas e Medicamentos e decidimos expandir o financiamento para infraestruturas de água e saneamento.
Sediamos eventos da Rodada de Investimentos da Organização Mundial da Saúde, por acreditar que mais recursos são necessários para uma resposta coletiva a novos e persistentes desafios sanitários.
Aprovamos uma Estratégia para Promover a Cooperação em Inovação Aberta contra assimetrias na produção científica e tecnológica e decidimos estabelecer uma força tarefa sobre a governança da inteligência artificial no G20.
Neste ano, realizamos mais de 140 reuniões em 15 cidades brasileiras.
Voltamos a adotar declarações consensuais em quase todos os grupos de trabalho.
Deixamos a lição de que, quanto maior for a interação entre as trilhas de sherpas e de finanças, maiores e mais significativos serão os resultados dos nossos trabalhos.
Trabalhamos com afinco, mesmo cientes de que apenas arranhamos a superfície dos profundos desafios que o mundo tem a enfrentar.
Depois da presidência sul-africana, todos os países do G20 terão exercido, pelo menos uma vez, a liderança do grupo.
Será um momento propício para avaliar o papel que desempenhamos até agora e como devemos atuar daqui em diante.
Temos a responsabilidade de fazer melhor.
É com essa esperança que passo o martelo da presidência do G20 para o presidente Ramaphosa.
Esta não é uma transmissão de presidência comum – é a expressão concreta dos vínculos históricos, econômicos, sociais e culturais que unem a América Latina e a África.
Agradeço a todos os que contribuíram com a presidência brasileira, em especial as pessoas que trabalharam para viabilizar os resultados que alcançamos.
Desejo ao companheiro Ramaphosa todo sucesso na liderança do G20. A África do Sul poderá contar com o Brasil para exercer uma presidência que vá além do que pudemos realizar.
Lembro as palavras de outro grande sul-africano, Nelson Mandela, que disse: é fácil demolir e destruir; os heróis são aqueles que constroem.
Vamos seguir construindo um mundo justo e um planeta sustentável.”
(Com Agência Brasil)
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