O Rio Negro está a menos de 50 centímetros de bater seu recorde negativo.
O Rio Negro está a menos de 50 centímetros de bater seu recorde negativo. Na manhã desta segunda-feira (30), seu nível está em 13,19 metros, apenas 49 centímetros acima dos 12,70 registrados em 2023.
Com a média de descida do nível do rio em 19 centímetros por dia desde o início de setembro, a projeção é que a seca histórica seja registrada entre quinta-feira (03) e sexta-feira (04).
Segundo projeções do Serviço Geológico do Brasil (SGB), o rio passa por descidas médias diárias de 19 cm.
"As descidas estão muito acentuadas em Manaus e, se continuar com essa média de descida de 19 cm por dia, em uma semana poderemos ultrapassar a marca histórica", comenta o coordenador nacional dos Sistemas de Alerta Hidrológico do órgão, o pesquisador em geociências Artur Matos. O coordenador aponta, também, que o rio pode ficar abaixo dos 12 metros nas próximas semanas.O pesquisador alerta que o rio pode permanecer abaixo da cota de 16 metros na capital por mais dois meses, o que leva em consideração o observado no ano de 2023 e que se assemelha ao atual cenário.
Em grande parte da Bacia do Amazonas, os rios se encontram abaixo do nível da faixa de normalidade para o período. As cotas de algumas dessas já chegaram aos níveis mais baixos da história.
O Rio Solimões, em Itapéua (AM), registrou a mínima histórica de 37 cm na última sexta-feira (27), enquanto em Fonte Boa (AM) esse índice foi de 7,38 metros.
Ainda, as projeções apresentadas apontam que a tendência é que a estiagem avance, fazendo com que os níveis dos rios continuem a cair.
O movimento de seca pelo qual atravessa o Rio Negro, no Amazonas, muda a paisagem e dificulta a vida da população amazonense que depende do rio.
Imagens feitas pelo portal Manaus Turismo e cedidas à CNN mostram um trecho do Rio Negro sem água. A seca fica ainda mais evidente se comparada com o período de cheia do rio.
Abaixo, um comparativo de fotos registradas no mesmo ponto. À esquerda, no dia 20/06/2024, durante a cheia. À direita, no dia 19/09/2024, já no período de vazante do rio. Veja:
A crise hídrica que o Brasil enfrenta atualmente não deve apresentar melhoras significativas até o final do próximo ano, segundo o analista de Clima e Meio Ambiente, Pedro Côrtes.
Côrtes afirmou: "Eu não acredito que a crise melhore para o final do próximo ano. Pelo menos isso deve persistir, ainda principalmente com a entrada do evento La Niña, que deve ocorrer agora no final de outubro". Segundo o analista, essa condição climática pode afetar negativamente os níveis dos reservatórios até, pelo menos, meados de 2024.
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