Willian Rogatto, conhecido como "Rei do Rebaixamento", foi preso pela Interpol na última sexta-feira (8), em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. O empresário é o pivô de uma denúncia envolvendo manipulação de resultados de futebol e campeonatos.
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas no Senado foi instalada em abril deste ano, e tem prazo de funcionamento até fevereiro de 2025. A partir da CPI, novas investigações fizeram a polícia deflagrar operação contra manipulação de jogos na série B do Campeonato Carioca, na manhã desta segunda-feira (11).
Em outubro, o colegiado ouviu o empresário de atletas William Rogatto, investigado pelo Ministério Público do Distrito Federal e pela Polícia Federal por fraude no resultado de jogos do campeonato brasiliense de futebol.
Durante depoimento, Rogatto revelou sua participação em manipulação de resultados em diversos e ligas do Brasil. Entretanto, revelou que já atuou em outros países, desvendando uma rede internacional de corrupção no esporte.
“A ocasião faz o ladrão”
Em depoimento na CPI, William Rogatto dizer feito fortuna com a manipulação de jogadores e árbitros de futebol. Considerando-se apenas “parte” de uma engrenagem antiga e sistêmica, ele afirma que o esquema é maior do que ele, e existe há pelo menos 40 anos.
O empresário deu entrevista à TVI, de Portugal, e afirmou que descobriu uma brecha no futebol, que permite o aproveitamento de lucros indevidos, a partir da compra de agentes esportivos. Em matéria veiculada pela CNN Portugal, Rogatto afirma que “a ocasião faz o ladrão”, e que por isso se envolveu no esquema.
William Rogatto afirmou em outubro passado que temia pela própria vida, e que estava disposto a colaborar com a justiça brasileira para “pagar pelo que fez”.
Modus operandi
Preso na última sexta-feira e alvo de operação nesta segunda-feira, Rogatto é conhecido no meio do futebol por agenciar jogadores e atuar nos bastidores dos clubes.
Convocado para depor, o empresário participou de forma online, enquanto residia em Portugal. Ele afirmou contribuir com a justiça e afirma que os verdadeiros donos do esquema, não serão punidos.
Para chegar nos clubes, ele afirma que explorava aqueles com dificuldade financeira, sem condições de manter compromissos administrativos, e atuava comprando vantagens nos bastidores, ajudando as equipes.
Entre as revelações, o empresário afirma que o “esquema caiu” depois que um dos jogadores manipulados por ele, resolveu entregar o esquema, após ser deixado de lado pelo empresário. Rogatto afirmou que ao longo de 14 anos, foi responsável por subornar jogadores e árbitros, em todos os estados do Brasil, além de mais nove países.
A CNN tenta contato com a defesa de Rogatto.
CNN Brasil