Nesta quarta-feira (13), o mercado financeiro estará atento à divulgação de dois dados importantes: o desempenho do setor de serviços no Brasil em setembro e o índice de preços ao consumidor (CPI) dos Estados Unidos referente a outubro.
No Brasil, o setor de serviços é um dos pilares do Produto Interno Bruto (PIB) e sua performance oferece sinais sobre a força da atividade econômica, principalmente em um contexto de juros altos que impactam o consumo e o crédito. Um resultado positivo ou negativo pode influenciar as expectativas sobre a retomada econômica e eventuais ajustes na política monetária do Banco Central.
Nos EUA, o CPI é um termômetro da pressão inflacionária e orienta as decisões do Federal Reserve (Fed, o banco americano) sobre a taxa de juros, que influencia diretamente os fluxos de capital global.
Uma inflação acima do esperado pode fortalecer a perspectiva de manutenção ou até aumento dos juros, afetando mercados emergentes como o Brasil, enquanto uma desaceleração pode trazer alívio aos investidores. Ambos os dados são aguardados com grande expectativa e devem moldar o humor do mercado nos próximos dias.
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Para além disso, as divulgações de balanços seguem com força, com resultados de empresas de diversos setores. Entre elas, Nubank (ROXO34), Casas Bahia (BHIA3), Americanas (AMER3), Ambipar (AMBP3), Gol (GOLL4), Cemig (CMIG4), Banco do Brasil (BBAS3), BRF (BRFS3) e JBS (JBSS3).
O que vai mexer com o mercado nesta quarta
Agenda
O diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, concederá palestra no Fórum de Investimento 2025, promovido pelo Bradesco Asset Management, em São Paulo, às 17h.
Às 11h, o presidente Lula tem reunião com ministros da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski; da Casa Civil, Rui Costa; da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha. Mais tarde, o Chefe do Executivo se reúne com Ministro da Defesa, José Mucio.
Brasil
8h – Crescimento do Setor de Serviços (setembro)
EUA
10h30 – Índice de preços ao consumidor (outubro)
Internacional
Medidas contra imigrantes
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, planeja implementar uma série de medidas em seu primeiro dia na Casa Branca para intensificar a fiscalização da imigração e reverter os principais programas do atual presidente Joe Biden, disseram três fontes próximas ao assunto à Reuters.
As ordens executivas de Trump devem conceder aos agentes federais de imigração mais autonomia para deter pessoas sem antecedentes criminais, mobilizar tropas na fronteira entre os EUA e o México e retomar a construção do muro na região, segundo as fontes.
Trump também pretende encerrar os programas humanitários de Biden, que permitiram a entrada legal de centenas de milhares de imigrantes nos últimos anos, e poderá incentivar aqueles com status expirado a deixar o país voluntariamente, disseram as fontes, que pediram anonimato.
Bitcoin quebra recorde com impulso de Trump
O bitcoin chegou perto de atingir US$ 90 mil ontem, impulsionado por uma onda de otimismo desde a eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos. A expectativa é de que seu governo adote uma postura favorável às criptomoedas, o que tem alimentado o entusiasmo dos investidores.
A maior criptomoeda do mundo marcou uma alta de 89.982 dólares nesta sessão, acumulando uma valorização de cerca de 30% desde 5 de novembro. Por volta das 8h50 (horário de Brasília), o ativo recuava 0,55%, sendo negociado a 87.541 dólares. O movimento positivo do bitcoin também acompanha a valorização da Tesla, que já acumula quase 40% de alta desde os resultados eleitorais, com investidores apostando que aliados e interesses próximos a Trump terão vantagem durante seu mandato.
Economia
Dólar
Pela primeira vez em quase três meses, o Banco Central (BC) intervirá no câmbio para segurar a alta do dólar. A autoridade monetária leiloará nesta quarta-feira (13) até US$ 4 bilhões das reservas internacionais com compromisso de recompra, quando o dinheiro é comprado de volta às reservas meses mais tarde.
Segundo comunicado emitido no início da noite pelo BC, a autoridade monetária fará dois leilões de até US$ 2 bilhões durante a manhã. As operações de recompra ocorrerão em 2 de abril de 2025 para o dinheiro vendido no primeiro leilão e em 2 de julho de 2025 para o dinheiro vendido no segundo leilão.
Proposta quer limitar ganho real do salário mínimo
O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) calcula uma economia de cerca de R$ 11 bilhões entre 2025 e 2026 caso o presidente autorize uma medida que limita o ganho real do salário mínimo, adequando-o à correção prevista no novo arcabouço fiscal. A estimativa considera aumentos reais acima da inflação de 2,5% em 2025 e de 2% em 2026, seguindo o limite de expansão das despesas do governo para esses anos.
Atualmente, o cálculo do salário mínimo prevê ganhos reais de 2,9% em 2025, de acordo com o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de dois anos antes, e de 3,2% para 2026, com base na previsão de crescimento do Ministério da Fazenda para 2024.
Com uma correção mais moderada do piso, o ponto de partida para reajustes futuros também ficaria reduzido, levando a uma economia adicional de até R$ 22 bilhões nos próximos quatro anos, segundo simulações do governo. A decisão, contudo, envolve uma questão política sensível, e Lula ainda não definiu se seguirá adiante com a proposta.
Pacote fiscal
O aguardado pacote fiscal do governo entrou em sua terceira semana de debates sem data definitiva para anúncio. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou ontem que o montante do corte já foi definido e que a deliberação deve ocorrer antes do feriado de sexta-feira (15).
Haddad mencionou que no fim de semana houve reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e que mais encontros estão programados para hoje e amanhã, a fim de acertar os últimos detalhes e encaminhar o pacote para decisão final.
Defesa e Fazenda
A inclusão do Ministério da Defesa no pacote de corte de gastos será definida nesta quarta-feira (13), em reunião entre o ministro José Mucio, oficiais e técnicos da equipe econômica, informou nesta noite o Ministério da Fazenda. O encontro ocorrerá pela manhã, no Ministério da Defesa.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não deverá comparecer à reunião. O secretário-executivo da pasta, Dario Durigan, deverá representá-lo. Segundo a Fazenda, a reunião terá caráter técnico, para as duas pastas discutirem o desenho das medidas, antes do envio do texto ao Palácio do Planalto.
A inclusão do Ministério da Defesa na revisão de gastos obrigatórios foi pedida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para fechar o pacote, disse Haddad na noite desta segunda (12).
Política fiscal rigorosa
Em meio à indefinição sobre o pacote de medidas de corte de gastos, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) tentou tranquilizar o mercado e afirmou, ontem, que o governo do presidente Lula adotará uma política fiscal "rigorosa" e cumprirá o arcabouço fiscal.
As declarações de Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, foram dadas durante entrevista coletiva em Baku, no Azerbaijão. "É importante deixar claro que o Brasil vai ter uma política fiscal rigorosa, o que vai nos permitir uma política monetária melhor para o desenvolvimento com menor taxa de juros", disse.
Vendas no varejo aumentam em setembro
Em setembro, o setor de varejo registrou alta de 0,5% nas vendas na comparação com o mês anterior, depois de recuo de 0,2% em agosto, mas o resultado ficou bem aquém da expectativa em pesquisa da Reuters de alta de 1,1%.
Na comparação com mesmo mês do ano anterior, houve avanço de 2,1%, contra expectativa de 3,7%, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira..
Política
Pesquisa: eleição presidencial 2026
O presidente Lula lidera as intenções de voto em todos os cenários simulados para a eleição presidencial de 2026, segundo pesquisa da CNT/MDA divulgada ontem. No primeiro cenário, Lula aparece com 35,2%, seguido por Jair Bolsonaro (PL) com 32,2%. No entanto, Bolsonaro está inelegível devido a uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral. Outros nomes incluem Pablo Marçal (PRTB), com 8,4%, Simone Tebet (MDB), com 8%, e Ciro Gomes (PDT), com 6,2%.
No segundo cenário, sem Bolsonaro, Lula mantém a liderança com 34,1%, enquanto Michelle Bolsonaro (PL) ocupa a segunda posição, com 20,5%. Pablo Marçal aparece com 14,1%, seguido por Ciro Gomes, com 9,3%, e Simone Tebet, com 9,2%. No terceiro cenário, em que o candidato bolsonarista é Tarcísio de Freitas (Republicanos), Lula lidera com 35,2%, seguido por Marçal, com 16,9%, e Tarcísio, com 15%. Tebet e Ciro completam o quadro com 9,5% e 9,4%, respectivamente.
CPI das Bets
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets foi oficialmente instalada nesta terça-feira (12), com o senador Dr. Hiran (PP-RO) na presidência e o senador Alessandro Vieira (MDB-SE) na vice-presidência. A relatoria, a cargo da senadora Soraya Thronicke (Pode-MS), aprovou um plano de trabalho que inclui solicitações de informações e convocações de envolvidos.
Segundo Thronicke, a comissão focará na investigação dos prejuízos enfrentados por apostadores, na atuação de organizações criminosas em esquemas de lavagem de dinheiro e no papel de influenciadores digitais nesse cenário. A CPI das Bets tem um prazo de 110 dias para apresentar suas conclusões.
Emendas parlamentares
O Plenário do Senado pode votar nesta quarta-feira (13) o Projeto de Lei Complementar (PLP) 175/2024, que regulamenta o pagamento de emendas parlamentares. A proposta, aprovada pela Câmara dos Deputados na semana passada, visa estabelecer critérios de transparência e normas para a execução das despesas indicadas por senadores e deputados na Lei Orçamentária Anual (LOA).
O projeto é uma resposta ao impasse judicial sobre as chamadas emendas impositivas individuais, conhecidas como “emendas Pix” ou de transferência especial, que somam R$ 8 bilhões para 2024. A liberação desses recursos está atualmente suspensa por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que exige maior controle social, transparência, mecanismos de impedimento e rastreabilidade no uso desses fundos.
Corporativo
Hapvida (HAPV34)
A Hapvida (HAPV34) divulgou os resultados financeiros do terceiro trimestre de 2024, reportando lucro ajustado – puxado por ganhos com amortização de intangível – de R$ 324,5 milhões, um aumento de 24,3%. Desconsiderando estes efeitos, a companhia reportou um prejuízo de R$ 71,3 milhões, com melhora de 65,5% em comparação às perdas líquidas de um ano antes.
O resultado com ajustes foi influenciado pelo aumento da receita líquida, impulsionada principalmente pelo crescimento nas linhas de negócios de Planos de Saúde e Odontológicos, resultado de reajustes de preços necessários para o equilíbrio financeiro dos contratos e da recomposição do ticket médio.
IRB (Re) (IRBR3)
O IRB (Re) (IRBR3) divulgou os resultados financeiros do terceiro trimestre de 2024, reportando um lucro líquido de R$ 115,9 milhões, uma variação positiva de 142,8% em relação ao mesmo período do ano anterior, equivalente a 2,4 vezes.
(com Reuters, Estadão e Agência Senado)
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