Possível nepotismo da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco (PT), no favorecimento de amigos em contratos com o governo Lula: é isso o que a ação do NOVO aponta.
Foto: Anielle Franco é integrante da ala do PT mais ligada às pautas identitárias (Vinícius Schmidt/Metrópoles).
A sigla enviou a representação ao Tribunal de Contas da União (TCU) nesta quinta-feira (20). O partido ressaltou que, de acordo com o entendimento atual do próprio TCU, vínculo de amizade e compadrio também configuram nepotismo.
O projeto em questão será realizado por meio de um acordo de cooperação técnica entre o Ministério da Igualdade Racial e o CAF Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe, com um orçamento de US$ 300 mil, ou mais de R$ 1,7 milhão na cotação atual.
A coordenação do projeto ficará a cargo da jornalista Bianca Maria Santana, que foi madrinha de casamento da ministra no ano passado. Ela receberá o equivalente a R$ 342 mil por 12 meses de trabalho.
Além de Bianca, outras duas pessoas próximas à ministra foram contratadas para o projeto, conforme apontado na denúncia.
O Ministério da Igualdade Racial emitiu uma nota negando qualquer irregularidade. Bianca Santana também se manifestou, dizendo que participou de uma concorrência pública para obter a vaga.
"A contratação de pessoas tão próximas à Ministra Anielle Franco, como sua madrinha de casamento e uma ex-funcionária do Instituto Marielle Franco, em um convênio de cooperação técnica do Ministério da Igualdade Racial, é uma afronta ao cidadão e à moralidade pública. Infelizmente, faz parte do 'kit' de práticas do governo Lula", disse o senador Eduardo Girão (Novo-CE).
Anielle Franco teria praticado nepotismo também no favorecimento de outros amigos
Além de Bianca Maria Santana, outros dois conhecidos de Anielle foram contratados como consultores:
– Fabiana Pinto Fernandes, sanitarista que trabalhou no Instituto Marielle Franco de fevereiro de 2022 a abril de 2024;
– Alex da Mata Barros, indicado pela ministra para a prefeitura de Maricá, segundo o prefeito Washington Quaquá (PT), que é desafeto de Anielle. Quaquá afirmou que Alex seria um funcionário fantasma no município.
A representação foi assinada por todos os congressistas do NOVO: os deputados Marcel Van Hattem (RS), Adriana Ventura (SP), Gilson Marques (SC) e Ricardo Salles (SP), além do senador Eduardo Girão (CE).
"A contratação de consultores com vínculos pessoais próximos à Ministra da Igualdade Racial fere os princípios da impessoalidade e moralidade administrativa. É inadmissível que processos seletivos sejam conduzidos dessa forma, levantando suspeitas de favorecimento ilícito", destacou Adriana, líder do NOVO na Câmara.
NOVO 30