Mitidieri pode estar caindo no conto do vigário

Sem articulação política suficiente, Edvaldo Nogueira aproveita o pedido do governador e usa a força que a PMA possui junto a setores da imprensa, para tentar estabelecer Luiz Eduardo como candidato único.

Como em Sergipe todos sabem quem serve a quem, as matérias propagando Luiz como candidato único, deixa os demais partidos apenas atentos aos movimentos que tentam anulá-los. E deixa convencido apenas o próprio Nogueira, que certamente deve ser o mentor do projeto de candidatura única com o escolhido sendo o seu candidato.

Conversando na quinta-feira santa, sobre a reunião promovida pelo governador, dois influentes líderes do agrupamento governista disseram que desejariam ver o governador Fábio Mitidieri, solicitando o apoio de todos a uma outra candidatura, para ver qual seria a reação do prefeito Edvaldo Nogueira.

Um deles prometeu levar ao governador essa sugestão, para que na próxima reunião Mitidieri ouse fazer um pedido de consenso em torno de outro nome que não seja o de Luiz Roberto. Só assim ele vai conhecer o real compromisso de Edvaldo com ele.

Se o apoio final de Fábio for à candidatura de Luiz Roberto, líderes como Laércio Oliveira, André Moura, Belivaldo Chagas, Katarina Feitosa e Danielle Garcia, poderão até não acompanha-lo no primeiro turno do pleito de 2024, mas permanecerão no agrupamento do governador.

Porém, caso Fábio declarasse apoio a qualquer outro nome, há quem aposte que dentro de 48 horas, Nogueira firmaria aliança com Rogério Carvalho. Já que o único papel que Edvaldo parece cumprir junto ao agrupamento governista, é o de emplacar seu candidato.

O grande exemplo disso, é que logo após o então governador Belivaldo Chagas ter anunciado em 2022 que Fábio foi o escolhido para ser o candidato ao governo, as redes sociais registraram uma tímida conversa entre Edvaldo e o ex-prefeito de Itabaiana Valmir de Francisquinho, que naquele momento se apresentava como uma ameaça à eleição do atual governador.

Considerando que Nogueira tem um histórico de hipnotizar líderes, quando em 2010 quando fez Albano acreditar num apoio ostensivo em Aracaju, e chegou ao final do pleito com uma derrota inesperada. Já em 2018, a mesma promessa foi feita ao então deputado federal André Moura, cujo resultado final, foi idêntico.

Esse histórico de iludir para fritar, não deixa de ser uma virtude dentro das regras utilizadas na política brasileira, onde ganha mais quem consegue aplicar as maiores rasteiras.

Há quem entenda que Fábio pode estar caindo no "conto do vigário", e colocando em risco todo o seu projeto futuro.